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Inteligência Artificial como recurso estratégico para desenvolvimento econômico e social. Ou, o que a Estônia tem a nos ensinar?

Já vejo na mente do leitor o pensamento “mais um artigo de como um país estrangeiro é melhor que o Brasil” e um pequeno revirar de olhos. Na verdade, este artigo é de exaltação do que fazemos bem, como podemos pensar em desenvolvimento de médio e longo prazo e não apenas atacar problemas imediatos populistas.

Uma introdução à Estônia. País báltico localizado na Europa setentrional que sofreu durante séculos com a invasão e domínio de seus vizinhos. Nos anos 2000 teve um crescimento impressionante fruto da cultura de maior valor de impacto e investimento em digital, principalmente após 2004. Hoje é considerado o país mais digital do mundo e possui mais de 98% do seu aparato estatal digital. Atrai empreendedores de todos os lugares e tem a maior concentração de unicórnios per capita do mundo.

Um leitor atento poderia revirar os olhos novamente e dizer “em 2004 digital não era novidade, muitos países investiram pesado em tecnologia inclusive o próprio Brasil”, exato, essa é a base da minha argumentação.

Voltemos a I.A. com alguns números. Em plena pandemia, o investimento privado global em I.A. de 2020 foi de US $67,9 bilhões sendo US $23,6 bilhões EUA, US $9,9 bilhões China, US $1,9 bilhões Reino Unido e menos de 500 milhões Brasil. Há um consenso entre as previsões que o mercado global de I.A. em 2024 será na ordem de US $500 bilhões e manterá uma taxa de crescimento de 40% ao ano até pelo menos 2028. Chegamos a 2030 com US $15,7 trilhões adicionados ao PIB global. 

Onde Pernambuco se enquadra nisso? A Amcham lança no PE Avança de 2021 o programa Mapa Pernambucano da Inteligência Artificial, que tem por objetivo ser um mecanismo de visibilidade e engajamento contínuo do ecossistema de I.A. pernambucano.

O mapeamento inicial feito para lançamento do programa achou alguns dados interessantes. Temos a 8ª universidade brasileira em número de publicações em I.A. do Brasil, a única norte-nordeste no top 10, a UFPE. No total foram mapeados 57 pesquisadores trabalhando com I.A. Três Centros de Ciência e Tecnologia, o SIDI, que em Recife tem um instalação completa dedicada para I.A., o CESAR e o Instituto SENAI de Inovação. Ainda, 29 empresas que fornecem diretamente serviços de I.A. ou que usam I.A. como diferencial de negócio. 

A Amcham consultou 119 lideranças de várias áreas empresariais e 43% das empresas ainda não usam I.A., 27% estão testando pequenas provas de conceito e apenas 22% têm alguma tecnologia em produção. O restante são empresas que fornecem serviços de I.A.

Assim como o digital não era novidade para o mundo em 2004, a Estônia percebeu que seria uma tecnologia estruturante e que, com o devido investimento, estariam bem posicionados no longo prazo. O Brasil, mais especificamente Pernambuco, está muito bem posicionado e tem um excelente potencial para se tornar um ator importante no cenário mundial da I.A. em 10 anos. Temos uma formação de mão de obra de qualidade global, um ecossistema tecnológico estabelecido, que possui empresas que desenvolvem e fornecem serviços de I.A. e oportunidades de aplicação nas empresas locais para fortalecimento desse ecossistema.

Estamos em um momento de pensar na Estratégia Pernambucana de I.A. para que, em 2030, Pernambuco esteja em posição de destaque no mapa global da Inteligência Artificial. 

Gostaria de agradecer ao Gerente executivo do SIDI Rogério Moreira, CTO da iland Clímaco Feitosa e Executivo de Negócios da Avantia Fernando Sodré, pelas valiosas contribuições à este trabalho.

 

Veja também: https://medium.com/@antonio.cavalcanti/intelig%C3%AAncia-artificial-como-recurso-estrat%C3%A9gico-para-desenvolvimento-econ%C3%B4mico-e-social-ad0cf2a67691

 

 

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